Olá amados, vamos compartilhar o ocorrido com o nosso ministério nesta última viagem,onde ministraríamos em Londres e outras cidades do Reino Unido. Após todos os contatos que já estamos acostumados a fazer em nossas viagens internacionais, a frente deste tipo de viagens quem sempre organiza é o André Bernardo, nosso baterista e coordenador da Escola de Adoradores, foram acertadas datas, igrejas e locais onde ministraríamos. Até então tudo normal como sempre, aguardamos a chegada das cartas convite que as igrejas, ou a igreja que se responsabiliza nos envia e estas chegaram e tudo estava em ordem. Bem como as passagens, ou seja tudo normal.Ficaríamos 10 dias fora; embarcamos dia 19 de março às 17:20h. e nossa volta para o Brasil seria no dia 29 de março no horário das 22:30h.
Como sempre estávamos muito felizes e isso por vários motivos: primeiro estávamos cumprindo mais uma parte das promessas que temos como ministério de alcançar outras nações e levantar adoradores compromissados com ELE. Depois de podermos conhecer amados irmãos que estão fazendo a obra de Deus em outro continente, pastores e líderes que mesmo por telefone já demonstram um grande amor e com quem sempre fazemos alianças. Também é lógico a alegria individual de viajarmos para mais um país e termos novas experiências espirituais, ministeriais e pessoais.
Chegamos bem em Lisboa - Portugal, onde fizemos conexão para Londres - Reino Unido, lá desembarcamos às 11:30h (manhã) e nos encaminhamos para o setor de imigração onde munidos de toda a documentação tínhamos tranquilidade para responder as perguntas que se iniciaram. Sem querer deixar tudo isso muito longo, desde a primeira pergunta até a última coisa que nos perguntaram, ficou muito claro o objetivo de todos de nos fazer declarar que estávamos buscando a entrada naquele país para fazermos negócios. Todas as respostas que dávamos em grupo e individuais eram que estávamos fazendo o mesmo tipo de trabalho que fazemos no Brasil, um trabalho missionário. Porém em nenhum momento aqueles que estavam questionando se mostraram contentes com nossas insistentes respostas.
Depois do momento que chegamos ao balcão da imigração todo este processo desgastante foi de aproximadamente 18 horas. Estas horas difícieis divididas entre espera, espera, depois espera por um intérprete para nossa entrevista, onde Deus nos enviou uma intérprete (Sra. Zélia) que nos ajudou nas resposta e que simpatizou muito com nossa situação. Embora isso não fosse nos ajudar no veredícto final, porque isso é reservado apenas à eles (imigração). No local onde nos colocaram (Peter - líder / Pr. Davi / Maurício e André) fomos fazendo contatos com as outras pessoas que estavam na mesma situação e também com os funcionários que desenvolveram certo apreço por todos nós. Porém já no final da noite depois do Peter (líder - violão e voz) e André (bateria - coodenador EA) passarem por uma exaustiva entrevista que durou mais de 3 horas respondendo perguntas, como: "por que vocês querem entrar em nosso país?" - "se vocês dizem que o trabalho é missionário e as pessoas doam o que querem e quando querem, como é que vocês sobrevivem?".Todas estas perguntas não tinham como serem respondidas sem colocar nossa crença e nosso estilo de vida em cada resposta, o que não era compreendido. Mas em nenhum momento mudamos nosso discurso. As entrevistas foram feitas separadas e após elas não tínhamos contato um com o outro, mas algo sobrenatural aconteceu, porque as respostas dadas pelo Peter, que como líder do Ministério Ipiranga entrou mais na questão espiritual da nossa missão ali no Reino Unido, foram complementadas pelas respostas do André que conhece mais a questão financeira, pois administra as finanças do ministério.Em tudo isso vimos claramente que não temos um discurso de falácia, ou da boca pra fora, mas cada um naquilo que vive e conhece falou de suas experiências e com maturidade, tranquilidade e verdade responderam reafirmando nosso compromisso com Deus acima de tudo, sem se importar se isso seria ou não compreendido, pois é o estilo de vida que decidimos viver.
Foi todo este processo que durou 18 horas até o nosso embarque de volta para o Brasil no voô que eles nos colocaram. Estávamos praticamente sem contato nenhum com nossas famílias apenas contatamos um dos responsáveis por nossa estada em Londres (irmão Daniel Migliozzi), que nos esperou todo o tempo no aeroporto e respondeu também perguntas, como: "quanto você irá lucrar com a vinda deles a este país?". É impressionante como este mundo não compreende nossa missão e modo de viver.
Para falar com nossas famílias no Brasil e tranquilizá-las e também para conseguir tomar um banho contamos com a simpatia de um funcionário que trocou os poucos recursos financeiros que tínhamos e também nos encaminhou para a sala do STAFF do aeroporto onde conseguimos nos limpar e já nos preparar para nossa volta.
Em nenhum momento fomos tratados de forma agressiva, ou humilhante, porém a própria situação já deixa marcas pois estávamos detidos naquele local e tudo que quiséssemos fazer precisava ser acompanhado de um segurança. Isso foi desta forma até o nosso desembarque no Brasil, domingo a noite (21/3 às 19h). Porque nossos passaportes ficavam sob a guarda da tripulação dos voôs e com outras autoridades nos desembarques e foram devolvidos pela PF em São Paulo no aeroporto de Guarulhos. Após isso ainda nossas bagagens não estavam no aeroporto, até o momento (22/3), não temos notícias delas que com certeza ficaram na conexão de volta em Lisboa - Portugal.
Amados é lógico que uma experiência como esta deixa marcas, mas não queremos com o que acabamos de escrever apenas relatar um tempo ruim que tivemos, ou sensibilizá-los porque isso seria espiritualmente infantil. Queremos sim dar uma satisfação para todos os amados que estavam orando por nós e para que esta viagem fosse benção para nossas vidas e para todos que encontrássemos e principalmente para exaltar ao nosso Deus, que não importa o que aconteça ELE sempre será digno de toda a honra, todo louvor e de toda e a melhor adoração que pudermos dar com nossas vidas, talentos e instrumentos. Em diversos momentos lembramos de episódios onde homens de Deus passaram por situações muito mais difíceis, constrangedoras e humilhantes como esta.
Com isso podemos apenas agradecer as pessoas que nos receberiam no Reino Unido, como:Pr. Marcos Franco, amado com quem falei ontem e se mostrou tocado com tudo isso e em momento algum se mostrou chateado com o investimento que sua igreja fez; Pr. Paulo, que preparou material e logistica para nosso tempo ali; Ap. Jackson que abriu as portas de suas igrejas confiando suas ovelhas a este ministério; Daniel que defendeu até o último momento conversando, "brigando", defendendo e levantando intercessores para orar por nós naquele momento e ao Aurélio amado que conhecemos nos USA e hoje ali no Reino Unido tem servido a Deus.Queridos todos vocês são importantes demais para o Ministério Ipiranga. Sei que Deus tem os Seus planos e nenhum deles pode ser frustrado é nisto que nos apegamos e na Sua Palavra que confiamos o bastante para que NADA abale aquilo que cremos e defendemos. O Evangelho de Cristo e disto NUNCA vamos nos envergonhar. Obrigado e saibam que no TEMPO DELE (Kairos), estaremos juntos.
Obrigado a todos que leram e dividiram um pouco desta experiência que passamos, vocês são importantes para este ministério.
"...Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um...três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez..." (2 Co. 11: 24 à 27 - descreve uma parte do sofrimento do Ap. Paulo pelo evangelho)
Pra finalizar sei que Deus falará mais conosco, mas já aprendemos algo: "Viver cada dia mais o que cremos, pregamos e cantamos".
"...eu faria tudo outra vez, passaria pelo deserto contigo, mas não me deixe te perder de vista ó meu Deus..."Trecho da música: Tudo outra vez, CD Ressuscita.
Não podemos terminar sem falar da postura de cada membro do Ministério Ipiranga nesta situação,pois um foi testemunha do outro que em nenhum momento houve murmuração, ou descontentamento com o que passávamos, nem dúvida de nosso chamado ministerial ou convicções. Peter, Davi, Maurício e André fomos benção e fortaleza um para o outro.
Ministério Ipiranga
Março de 2010
André B.
